domingo, 22 de março de 2009

CONTINUACAO DA TRIP 9 PARTE E FINAL




A Joelma é admirada por muitas pessoas, desejada por muitos homens. É difícil ser casado com uma musa?O público tem um respeito grande pela gente, por saber que a gente é casado. Nunca ninguém faz gracinha com a Joelma quando ela tá no palco. E ninguém faz comigo.O pior momento da banda foi a queda do avião?Nós passamos alguns momentos difíceis. Você sabe. trabalhar com o ser humano é complicado. A gente tem dois, três dias de folga por semana. Aí os meninos da banda estão livres para fazer qualquer coisa. Numa dessas folgas, em 2006, o pessoal começou a beber, e um dançarino da banda caiu da sacada de um hotel e faleceu. Aquele momento foi muito triste. A gente estava indo pros Estados Unidos fazer o Brazilian Day e tinha o compromisso de tirar o visto. Não deu para ir ao enterro dele. Aí alguns desses programas de fofoca na TV ficaram a semana toda condenando a gente. E depois o outro momento difícil foi a história do avião. Foi pesadíssimo. Perdi dois amigos, dois funcionários. O produtor que morreu era meu braço direito, vivia 24 horas comigo. Eu fiquei arrasado. Até hoje não consigo falar. Nós tivemos que refazer a casa das pessoas onde caiu o avião. Eu não quis esperar a perícia. Falei: “Vamos ajeitar logo, imagina ficar sem casa”.Você é religioso?Eu creio muito em Deus. Eu ia muito à igreja evangélica. Agora com o trabalho fico até sem tempo, então a gente faz nossos cultos aqui em casa. Tem uns irmãos que oram com a gente, de vez em quando vêm uns pastores. Você viveu muito na noite. Nunca experimentou drogas?Não, porque eu andava com pessoas muito humildes. Além de não terem condição de comprar, eram Pessoas com família de base muito religiosa. Quase todo mundo que tocava comigo era evangélico. E na Banda Calypso também é assim até hoje. Não tinha espaço pra droga. Eu fui beber depois dos 20 anos. Tomar cerveja, uísque. Mas depois parei com isso, só tomo vinho. Foi o médico que me receitou, e eu acabei gostando.


Você se considera um guitar hero?Não. Eu nem me considero um bom músico. Não estudei. Toco muito de ouvido. Quando vou gravar e o pessoal fica lendo partitura, fico com muita vergonha. Todo mundo com seus arranjos, e eu vou criando a levada na hora. Só sei ler cifra. Vou cifrando ou escuto de primeira e de segunda já vou gravando.O estúdio é o lugar onde você se sente mais realizado?Quando eu estou no estúdio, esqueço de tudo. Desligo o telefone e me concentro mesmo. Quando estou aqui fora, é funcionário que te colocou na Justiça, a música que não está tocando, a carreta que não saiucom o equipamento. No estúdio parece que não existem problemas. Pode estar o mundo se acabando que eu estou em paz.CHIMBINHA É.Reportagem de Caio Ferretti“Um guitarrista virtuoso em termos técnicos e que não mergulhou nos clichês que a guitarra elétrica oferece. Ele conseguiu trazer o instrumento para um outro ambiente, um estilo mais popular, natural e funcional. Incorporou elementos saborosos de questões caribenhas e africanas que fazem você traçarum mapa cultural mais colorido da música.”HERBERT VIANNA, GUITARRISTA“Eu não faço a menor ideia de quem seja esse cara. O que eles tocam? Axé?” EDGARD SCANDURRA, GUITARRISTA“Ele é um representante dos guitar heroes no Brasil. Ele trouxe para o pop brasileiro um estilo único. No Brasil a guitarra vem muito do violão, do cavaquinho, do bandolim. Já o estilo do Chimbinha não vem do Jorge Ben, do João Gilberto, nem do violão.”KASSIN, MÚSICO E PRODUTOR“Eu admiro muito o Chimbinha. Ele trouxe aquela guitarra que tinha no carimbó, na música da América Central, uma coisa amazônica. Ele influenciou vários guitarristas nordestinos. Se você for lá pro Norte vocêvai ver um monte de Chimbinhas. A Joelma também tem um carisma enorme. Mas ela serve o prato e ele faz a comida.”ROBERTINHO DE RECIFE, GUITARRISTA


“Ele é um guitarrista bem foda, um guitarrista clássico da ‘guitarrada’. Tem personalidade, mas não é um inovador. Como ele, tem vários caras no Pará que tocam desse jeito. É como se você falasse que o maracatu foi uma coisa inovadora na época do manguebit. ”FERNANDO CATATAU, GUITARRISTA“Um dos maiores guitarristas da história da música brasileira, tanto em habilidade quanto em criatividade. Ele trabalha com um gênero renegado pela cúpula da inteligência, mas leva pro povo algo que eles recebem muito pouco: uma boa música no sentido de ter o instrumento bem tocado. É um dos artistas mais completos do Brasil.”CARLOS EDUARDO MIRANDA, PRODUTOR. FIM...

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