domingo, 22 de março de 2009

CONTINUACAO DA TRIP 8 PARTE


Em uma pesquisa recente do Datafolha, a Banda Calypso foi apontada como a banda mais popular do Brasil, na frente de Zezé di Camargo e Luciano. Como vocês receberam essa notícia?Primeiro ligou o rapaz da Folha de S.Paulo dizendo que queria fazer uma matéria com a gente. Daí eu me perguntei: “Será que isso aí é uma pegadinha?”. Eu falei pro repórter: “Tô gravando agora, daqui a pouco eu ligo pra você”. Em seguida me telefona o Zezé e diz: “Chimbinha, você é o artista mais populardo Brasil, e eu tô colado em ti!”. Aí vi que era verdade. Quando o cara ligou de volta, dei a entrevista, porque já tinha garantia.Eu li que seus melhores amigos na música são Zezé di Camardo, Leonardo e Bruno (do Bruno & Marrone). Você se identifica com essas figuras que saíram do nada e ascenderam socialmente pela música?É a mesma história, a mesma conversa. A gente fala das coisas da roça, da época de baile, brincamos, fazemos piada. Isso é que é bom. Não fomos criados em berço de ouro. Não temos aquela viagem. Às vezes, quando o cara é de um nível social diferente, com um conhecimento diferente do meu, ele ficaviajando, e a conversa não bate.Você acha que eles falam de cima para baixo?Eles querem ser diferentes da gente, superiores. Mas com esses meus amigos é o mesmo padrão, o mesmo nível, a mesma linguagem. Todos somos felizes com o que aconteceu nas nossas carreiras, agradecemos muito a Deus.Além da fama, o sucesso trouxe bastante dinheiro. Vocês têm casas em Alphaville, Belém, Recife. Têm fazenda, já tiveram avião. Como você lida com esse dinheiro que entra?Do dinheiro que a gente ganha, metade ou mais é para reinvestir no trabalho. A gente tem hoje um bom ônibus para transportar a banda e vários cenários para apresentar um show bonito. O dinheiro também é para cuidar da nossa família e ajudar algumas pessoas que a gente acha que merecem. Nós temos um trabalho social, mas não gostamos de divulgar.

No mês passado, surgiu uma história curiosa na Internet, dizendo que vocês foram recomendados para o Nobel da Paz.Nós não fomos informados disso. Fui saber aqui em Belém. Ligou um cara para nosso escritório se dizendo bispo, querendo indicar a gente como embaixadores da paz. Não era o Nobel, mas de repente virou isso. Mandei o nosso pessoal investigar quem é o cara. Pode ser que estejam querendo usar o nome da banda, porque ele tá querendo comprar nosso show no Mangueirão. Acho que é uma roubada. O cara deve estar se passando por bispo para comprar nosso show mais barato.Você acha que seus filhos, que vivem com todo o conforto, vão valorizar o que eles têm hoje tanto quanto vocês?A gente sempre conversa com eles, mostrando como a gente era antes e o que Deus está nos Proporcionando hoje. Eu espero que eles deem valor, porque foi tão difícil chegar, e é ainda mais difícil se manter.Você imagina o Calypso durando quanto tempo?Enquanto eu tiver vida, enquanto eu estiver neste mundo.O Calypso depende da dupla Chimbinha e Joelma. Se algum dia o casamento terminar, a banda acaba?Nunca pensei nisso. Nem é bom pensar. Nós nunca brigamos. Eu sou muito calmo. Quando tem uma discussão, eu saio. Quando volto, está tudo calmo. Nos momentos em que a banda passa por uma situação difícil, como quando caiu nosso avião [em novembro passado, matando o produtor e o piloto da banda], um dá força para o outro. Se um dia, Deus nos livre, acontecer alguma coisa, a banda vai passar algumadificuldade, mas não vai acabar não, porque a gente ama a banda. Ela é a nossa vida, tanto a minha quanto a dela. É uma missão. E nosso trabalho ajuda muita gente. Minha família precisa da banda, a família dela também. Só se for uma coisa muito grave mesmo, o que é difícil acontecer. Eu vivo pra Joelma, ela vive pra mim, e a gente vive pra banda.

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